terça-feira, 5 de dezembro de 2006

Efeito Marionete














Chegou o autor enfurecido a casa pois alguém se lembrou de dizer : " Olha hoje não fazes isto assim, fazes assado, senão não tens direito ao brinquedo" . Claro que ouvindo estas palavras o mesmo ficou pior que estragado, mas mesmo inconformado, sabia, que desta vez, era melhor comer e calar.
No entanto, veio na mesma para casa estudar o assunto, pois não é seu hábito ficar subjugado a uma vontade terceira, seja ela qual for, não tanto por motivos de interesse mas mais por motivos de orgulho. Por fim, o caso ficou, como sempre, com alguma arte e algum engenho , bem resolvido. Em última análise, a escolha entre o orgulho e o interesse terá sido do autor. Mas também nessa mesma pormenorizada examinação, o visado ficou dependente dessa vontade terceira pois se ela não existisse não teria de perder uma das duas.

É neste ponto que o escritor deste blog teve a percepção da extensão do emaranhado de cordas a que todos estamos sujeitos. Não, ele não é assim tão "naíf" ao ponto de nunca se ter apercebido, porém ficou mais maçado do que é habitualmente. Não é que o autor queira estar isolado do mundo, mas também não quer viver nesta livre prisão de cordas. O que quer o autor, é, como todos os outros, estar na maioria das situações, do lado de quem puxa os cordelinhos, para não ter de perder este sentimento de orgulho ferido. É obvio, ele apresentar o conhecimento, de que, com o auxílio de um estilo mais cinista e manipulador não perderia muito provávelmente o referido sentimento... mas essas "qualidades" (?) não fazem parte do seu feitio... antes quebrar que torcer.

É neste contexto e sabendo que em qualquer tipo de relação - profissional, amorosa, negocial, familiar, política (...) - isto acontece, o autor vem encarecidamente pedir , uma ou duas opiniões, a um ou outro leitor que se ache mais exclarecido, sobre o comportamento adquado a utilizar nestas situações. No fundo a pergunta é esta e apenas esta :
Como é que a marionete se liberta das cordas sem se magoar ?
Porventura será mais fácil libertar-se nas relações familiares e amorosas pelo facto do factor amor ter uma dimensão maior do que o factor orgulho. Mas e nas outras ?

O próprio escritor terá sem dúvida em si a resposta pois nunca acumulou nenhuma mágoa. Talvez por viver a vida de forma ligeira ou leviana no sentido mais estrito do termo. Mas o mesmo escritor, tem medo de algum dia consumir uma tal mágoa que se transforme mais tarde em ira ; uma ira que terá de ser libertada e ferir, senão dizimar alguém. O autor não quer isso.
Por isso tem medo da marioneta. Muito medo.


A conclusão a que chega o autor é que todos os dias a marionete é ao mesmo tempo ela própria e puxador de cordas. Mas um dia talvez se torne importante e tenha de puxar demasiadas cordas, correndo o risco de fazer uma espiral de emaranhados, caindo num turbilhão de problemas e num estado de tumulto ou desordem, que só vai querer voltar a cair nas teias da rede e voltar a ser uma simples marionete.

2 comentários:

GURU-JR. disse...

Épa o gajo é mesmo parecido comigo, fdx....
Acabou-se o estado de graça, começou o javardanço

Crominho disse...

Qual parecido ctg, qual quê. Para já és feio :(, depois não das uma pa caixa :P Além disso, és alta marioneta, alto peão, alto pintainho no meio dos galos. Isto é assim, ou o Polit... é nosso ou NADA !!!!!!