quinta-feira, 29 de março de 2007

O blog mais visto de Portugal


Ando desinspirado, sem vontade de escrever. No entanto, como dizia um ex primeiro ministro : " ando por ai" . Por ai a ver uns filmes no utube e a fazer mais umas quantas coisas que não vos dizem respeito. Mas vai um dia destes, eu e um imbecil, ou melhor, um imbecil e eu (sejamos em primeiro lugar... educados!), decimos criar um blog só com videos e uns comentários "imbecis" para animar a malta. Foi o que fizemos. Porém, como bons Portugueses que somos, ficámos a meio no planeado e nem "decorámos" o blog nem adicionámos comentários aos videos. Mesmo assim, achei por bem, deixar por aqui o endereço, para que vossas excelências pudessem vislumbrar.

O blog mais visto de Portugal :
www.oblogmaisvistodeportugal.blogspot.com

Sem mais nada de inutil de momento, me despeço com amizade.

Abraçon

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Vida Vencida















Nota : Este post pode parecer paradoxal com o anterior, mas não é.

Ganha na vida quem tiver a intuição, habilidade e sabedoria de cometer o menor número de erros possíveis. No entanto, toda essa perícia para evitar o erro, pode num só segundo ficar completamente abalada por um simples azar, uma fatalidade. Subtrai-se deste racicíonio que será preciso para além de toda a experiência e inteligência para evitar o erro, uma boa dose de sorte.

Porém, nem perante a soma destas duas premissas se poderá chegar à conclusão de que - com elas - se viverá uma boa vida. A soma das duas, nem sempre corresponderá a qualidade.
Talvez seja sinónimo de longevidade ou até de mestria e grandiosidade. No entanto, estão bem longe da felicidade. Um individuo pode somar-lhe as duas e viver uma triste vida. Não viverá certamente na penumbra, na escuridão ou no desalento, pois se não cometeu muitos erros, ou se aprendeu melhor com os erros dos outros do que, com os dele próprio, viverá uma vida , no minímo , estável. Ou talvez não! Caso tenha apenas cometido um erro, mas um erro crasso. Mas o que leva um homem que pouco erra e que tem sorte, a não ser feliz ? Talvez a constante insatisfação do homem, que lhe pede sempre mais e o impede de apreciar a imensidão de todas as suas riquezas (de saúde, afectivas, materias... ) .

Quantos serão os eleitos ou predestinados a descobrir a fórmula mágica de não cometer erros e serem felizes sem serem atraiçoados pela sorte ? Não se reduzirá a uma percentagem nula ou infinitamente reduzida de pessoas ? Não estaremos todos condenados de uma maneira ou de outra a sofrer ? Não estaremos todos condenados a aprender, mais tarde ou mais cedo, a lição da vida ? Então para quê ter filhos ? Para pormos mais um ser humano a sofrer ? Ou será que é para redobrarmos a nossa dor, sofrendo os nossos mâles com os deles ...


sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Aborto ... 3 , 2 , 1 ....

Antes de entrar na discussão do aborto, considero que é importante saber primeiro do que estamos a falar. A maioria das pessoas, não sabe o que está em causa. Parte para uma discussão baseando-se em sentimentos, intuições e irracionalidades. Um começo errado leva a maus resultados. Deve-se partir de argumentos racionais e dados empiricos, com base nos valores e na sua hierarquia.

A questão que se põe, é que uns - os apoiantes do SIM - defendem a DIGNIDADE HUMANA, acima da VIDA HUMANA e os outros - os defensores do NÃO - defendem a VIDA HUMANA acima da DIGNIDADE HUMANA. Outro cenário não é por mim concebível. Porque vejamos, o que os defensores do "NÃO" querem, é que não se mate um ser humano. Por seu lado, os do SIM, não querem "destruir a vida" de uma ou duas pessoas. No caso da mãe não ter recursos ou ser demasiado jovem, acabando com as suas prespectivas de futuro. E no caso do filho, sendo indesejado, por poder correr o risco de ser abandonado no mundo.

Outra coisa não me podia passar pela cabeça. A questão de questionarem o momento em que se gera uma vida - o momento da concepção - não faz qualquer sentido. A resposta é básica e até o maior dos analfabetos sabe em que momento surge uma nova vida. Ora vejamos. Um ovulo sozinho não gera vida humana. Um espermatozoide sozinho também não gera vida nenhuma. No entanto, depois de uma relação sexual, quando um espermatozoide (ou vários, em caso de gemeos :D ), penetra no ovulo (penetrando ao mesmo tempo no caso de gemeos :DD), há uma fusão. E essa fusão, que ninguém tenha dúvidas, vai gerar um código genético novo, UM BEBE, UMA VIDA HUMANA ! Não um alien ou um objecto (...) ou seja o que for. Dali só pode sair uma coisa - VIDA HUMANA. Portanto, saber se estamos a matar ou não um ser humano é uma falsa questão... porque indubitávelmente ESTAMOS ! É a partir do preciso momento em que o espermatozoide (vencedor) penetra dentro do ovulo que há vida humana. Ponto final.

Resolvida esta questão, vamos passar à questão da dignidade humana. Que valor será o mais elevado na hierarquia ? Vida Humana ou Dignidade Humana ?
É muito difícil responder a esta questão, por isso é que há tanta polémica. Devem ser muito raros os casos em que estes dois valores entram em colisão - caso do aborto , eutanásia e pouco mais. Mas já que isto acontece, temos de solucionar o problema da maneira mais racional possível. Passo a passo tentar resolver esta questão. Ora vejamos ...

A meu ver (e bem !), estão salvaguardados três casos na lei em que é dada prevalencia da dignidade humana face à vida humana - Quando a saúde ou a vida mãe está em risco; Por malformação do feto ou por violação.

Quanto aos dois primeiros, penso que ninguém os põe em causa. Mas mesmo que não estivessem expressamente previstos na lei, o código penal prevê-os como causa de exculpação de ilicitude. Isto é, a meu ver cabem no caso Estado de Necessidade Desculpante. Quer isto dizer, que em estado de perigo iminente de vida (a da mulher), ela não tem outro modo de afastar o perigo, a não ser ameaçando a vida de outro ser humano (o bebé). É portanto é legitima essa conduta.
Quanto ao caso de violação , apesar de estar 100% de acordo com a sua contemplação na lei, não me prenúncio por agora sobre o critério escolhido.

Mas voltando à vaca fria. Quanto à mulher, com a excepção de um único caso, acho que ela deve ser punida. Sem dúvidas. Despenalizar ? Não faz sentido. Se ela mata, deve pagar tal como todos os outros assassínos. Concordo que deva ter uma atenuante. Mas ela já a tem ! A moldura penal de um homicidio simples vai de 8 a 16 anos de prisão. Ela, ao levar potencialmente 3 (que nunca leva, por ser uma bagatela penal), é brindada ai com a sua atenuante. Se bem que não sei até que ponto é que não deveriamos pensar ao contrário, isto é, pôr uma agravante já que ela MATA o próprio FILHO. Mas não entrêmos por ai...

Estava eu a dizer que havia apenas um só caso, em que deveriamos pôr o valor da DIGNIDADE DA MULHER acima do VALOR DA VIDA DO SEU FILHO - Quando ela tem 16/17 ou menos anos. Já que essa é idade em que a sociedade decidiu responsabilizar a pessoa. Já que no termo Responsabilidade vem implicito a obrigação de responder pelos seus actos, então, o maior, SEJA EM QUE CIRCUNSTÂNCIAS FOR (!), deve responder pelos seus actos (por se ter metido debaixo dos lençois :D ). E o menor não. O menor é "inconsciente", não pode ser responsabilizado por um acto pouco consciente de quem descobriu a sua vida sexual há poucos anos. É a minha opinião e penso ser sustentada. Quanto à mulher maior, por piores condições de vida que tenha, ou por quaisquer outros motivos, apelativos ou não de misericordia, NÃO SÃO SUFICIENTES PARA PÔR EM CAUSA UMA VIDA !! Antes da dignidade da mulher vem a responsabilidade face a um terceiro, seu filho. Vem um dever ético muito maior, porque não está em causa algo relacionado com ela, mas sim com um terceiro. Está o valor hierarquicamente superior da vida contra o valor da dignidade da mulher, que é , com devido respeito, menor. E no entanto, poderá ser sempre salvaguardado, entregando a mulher o seu filho para adopção.

Na criança é que reside o grande problema da questão. O que fazer a uma criança que começa uma vida com o pé esquerdo ? Sem a menor culpa ... pela negligência dos país ! Há algumas soluções possíveis, apesar de nenhuma delas ser 100% satisfatória. A adopção seria uma boa solução. Pois a criança teria certamente a oportunidade de viver e ter uns país que a querem, que a desejam (Quem sabe, melhores pais do que os de muitas crianças que têm ligações de sangue a eles). Caso isso não seja possível, deixá-las ao cuidado de instituições de caridade, género casa pia. Não venha a sociedade com argumentos jocosos das crianças sofrerem nas mãos dessas instituições e poderem ser vitimas de abuso pois não é isso que se está a discutir !!! Isso é outro problema que se tem de resolver. Resolva-se esse problema para que as crianças orfãs possam ter uma vida condigna. Para que possam viver e ter possibilidades de serem felizes como todas as outras. Mas esse é um problema à parte, não deve ser posto aqui em cheque. Portanto, se tudo funcionar como deve de ser, não me parecem a mim erradas estas soluções em que estaremos a preservar tanto a vida da criança, como a sua dignidade como pessoa.

Portanto a meu ver a lei da penalização deve ser mantida. No entanto, não excluo a hipotese de abrir uma ou outra excepção pois a lei não deve ser rigida mas sim, flexível. Principalmente, no que diz respeito a estes assuntos que tanta sensibilidade despertam na nossa sociedade. O valor da equidade deve impôr-se em todos estes casos e avaliar-se, caso a caso, porque cada circunstância é diferente da outra.

Faço portanto um apelo ao voto pelo NÃO. Pelo SIM à vida. E tenham fé. Acreditem que esta lei será melhorada de forma a abranger mais um ou outro caso em que se aceite o aborto, mas que não se chegue a extremismos, que não se volte atrás séculos de civilização e se deixe ao critério da mulher , praticar ou não praticar um crime. A lei , o caso concreto devem ser os dois critérios que levam à decisão.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Poker












Eu não tenho apenas um lado,
Eu sou um cubo trocado,
Uma mascara vendida,
Uma paixão comedida,

E à mesa, eu sei,
Interpretar todos os sinais,
Mesmo na miragem de um vil paradoxo,
Que se imaginar que eu sei,
Fica na incerteza,
E se contradiz em si mesmo,
Voltando à pureza.

E no amor, eu não sei,
Acalmar todos os vendavais,
E jogo na incerteza,
Sem mascara, nem presa
Nesta angústia terrena,
Até à sorte deixar,
A paz na certeza.

Mas voltando à mesa,
Onde eu sei,
Que sou rei,
Onde até já violei,
A mais pura donzela.

Onde já espetei o punhal,
No mais fiel dos amigos,
Onde não há medos,

Não temo,
Nem no limite do risco.

Nesse lugar,
Eu renuncio.
E já não escolho,
O sorriso jocoso,
Oferecendo a fortuna,

E um ambiente fraterno,
Para neles ver ,
Um sorriso nos lábios...


Pois sou eu que fico,
Com o Poker de Ases.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Citações


Everyone Must See This! - video powered by Metacafe

Pascal :

"O homem é ...

Aquele ser que se transcende infinitivamente a si próprio. Aquele misto de contradições , a glória e a vergonha do universo”

Maneiras de ver, maneiras de pensar...














Esta é a história de um bonito quadro a óleo que se encontrava na posse de uma família sueca. Um quadro como qualquer outro, fechado num enorme quarto, desvalorizado, vulgarizado, deixado ao sabor de um pesado volume de pó. Até ao dia... o dia que a familia precisou novamente de se tornar solvente. Foi então, nesse momento de aflição, que decidiram vender o quadro por aquilo que a bondade de um qualquer comprador pudesse oferecer - uns tostões - o que fosse era bem-vindo para malbaratar aquela bujiganga guardada há tanto tempo. Foi assim que correram todos os estabelecimentos de arte possíveis e imaginários, mas por "malapata", nenhum dos "connaisseurs" deu qualquer valor àquela inútil pintura.

E assim, decidiram leiloar aquele empecilho. Estipularam que a licitação mínima seria de 1600 Euros por se tratar de uma simples peça pintada por um dos disciplos de Rubens. Só que para a fortuna daquela família, o quadro foi novamente examinado por especialistas. Estes, chegaram à conclusão que se tratava de um fresco pintado pelo próprio Rubens e não, como se pensava, por um dos seus disciplos. O resultado foi o de um aumento, não de cem porcento , nem sequer de mil porcento da obra, mas uma subidinha de 1600 para 1,8 milhões de euros (licitação final). O quadro estrangeiro mais caro, vendido na Suécia.

Nos dias que correm, as pessoas não querem saber da obra em si mesmo. Só do valor que lhe é dada. E não só do seu valor económico, mas também se estão nas tintas para o seu valor artistico ou real. O que quer dizer com isto o autor ? Quer dizer que andam ai muitos "pseudo-connaisseurs", talvez 99.9% da população, que dizem que gostam disto ou daquilo, que respeitam este ou aquela autor, simplesmente pelo peso do seu nome e não pela importância ou pelo gosto que nutrem pela sua obra. A realidade é como diz o proverbio : " Ganha fama e deita-te a dormir".

A maioria pessoas não querem saber da beldade da arte, limitam-se a tentar descortinar, com base nos poucos conhecimentos história de arte que tem, o que está por detrás do quadro, ou o que ele faz lembrar em termos histórico-culturais.

Na prespectiva daquele que escreve, há duas maneiras de ser apreciado um fresco. Ou se tem grandes conhecimentos sobre arte (não é o caso do critico, nem da maior parte das pessoas), e então, fala-se e contesta-se sobre ela. Ou então, a única maneira de se apreciar arte é atravês da nossa imaginação e do nosso gosto. Pois, se formos sabedores por termos estudado, por alguém nos explicar o quadro, ou por termos ouvido uma gravação, podemos compreender o que lá está ; o que está por detrás da pintura e do pensamento do autor, e então, estaremos a ver um filme com legendas. De outra forma, esquecemos a base histórica do quadro e submetemo-nos à nossa imaginação. Apreciamos o que nos é dado à nossa maneira. Se gostamos, o quadro é bom, se não gostamos, o quadro é mau e assim apreciamos o mesmo filme, mas sem legendas.

A mesma coisa se passa para o vinho, café, fotografia e tudo o resto. Ou se conhece bem, se avalia atravês de padrões ou conhecimentos, ou então, admitimos a nossa ignorância e dizemos que gostamos simplesmente por o facto de gostar (por mil e uma coisas que não, criticas superficiais). O problema é que a maioria das pessoas não o faz, limita-se a dizer que a obra "x" de Picasso faz lembrar-lhe o seu período Rosa ou que muitas das inspirações de Miguel Angelo são provenientes da obra de Dante, ou o raio que o parta!

E neste caso, o que aconteceu foi que ninguém apreciou o quadro, mas agora, todos vão dizer que o quadro fazia lembrar uma enorme comoção barroca, que é uma obra de excelência e terá provávelmente uma sobrevalorização por simplesmente ser daquele e não doutro autor.

O autor acha simplesmente triste darem mais valor ao artista do que à obra. Um artista pode pintar algo bom e nunca mais o fazer. Tal como o café de Angola ter potencial para ser o melhor do mundo e nem sempre o ser pela maneira como é trabalhado. Bom, mas assim vai o mundo...

domingo, 10 de dezembro de 2006

Há metafisica bastante em não pensar em nada...
















































mas o tempo continua a fugir.


Se tanto me dói que as coisas passem (Sophia de Mello Breyner)

Se tanto me dói que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na busca de um bem definitivo
Em que as coisas de Amor se eternizassem